Em 1907, o comerciante e industrial sueco naturalizado brasileiro Herman Theodor Lundgren (nascido em Norrköping, por volta de 1835 - Recife, 1907) comprou do fazendeiro Alberto de Albuquerque, por dois mil contos de réis, 601 quilômetros quadrados de terras cobertas de Mata Atlântica, habitadas por tribos potiguaras, onde se situa o atual município de Rio Tinto.^
Em 1918, inicia-se a implantação do projeto da companhia. Navios começam a trazer da Europa para Cabedelo as primeiras máquinas para o fabrico de tecidos. Pouco tempo depois, o rio Mamanguape ganhava um atracadouro para o desembarque de peças mecânicas de até 100 toneladas conduzidas desde o Porto de Cabedelo em barcos da própria companhia fabril. Com a implantação da companhia de tecidos e o desenvolvimento do parque fabril foram criados, quase em paralelo, os equipamentos comunitários (vilas residenciais, igreja, chalés, cinema, barracão e delegacia, ainda hoje considerados atrativos histórico-culturais da cidade). Foram então contratados na Alemanha mais de 80 especialistas do ramo fabril, a maioria engenheiros têxteis, para cargos técnicos e de direção, os quais trouxeram naturalmente consigo as respectivas famílias.
Apogeu industrial dos anos 1960
Após a morte de Herman Lundgren em 1907, a gestão dos negócios da família ficou, sucessivamente, nas mãos dos filhos, educados na Alemanha e Inglaterra. A Administração do projeto em Rio Tinto e desenvolvimento da fábrica couberam mais a Frederico Lundgren (1879-1946), que foi sucedido por Artur Lundgren, o qual elegeu-se primeiro prefeito de Rio Tinto, em 1957, logo após a emancipação de Mamanguape.A fase áurea da Companhia de Tecidos Rio Tinto, aconteceu no início dos anos 1960, quando se verificou o apogeu das exportações para a Europa e os Estados Unidos. Nessa época, Rio Tinto tinha então uma das maiores arrecadações tributárias do interior nordestino, o que significava o pleno funcionamento de centenas de teares em 50 galpões em uma área construída de 52 mil metros quadrados. Doze caldeiras queimavam por dia 80 caminhões de lenha, gerando 15 mil empregos diretos. A fábrica foi o motivo condutor para edificação de quase tudo o que hoje está de pé na cidade, o que inclui 2.613 casas de habitação, o hospital, as praças e o armazém destinado ao suprimento das despensas de técnicos, dirigentes e operários. Com toda essa prosperidade, os trabalhadores tinham privilégios pouco comuns para o interior nordestino da época, como emprego fixo e assistência médica.
Em 1933, a fábrica recebe a visita de Getúlio Vargas e consegue um contrato para produzir fazendas de algodão mescla azul e brim branco para a Marinha de Guerra do Brasil. O prestígio do Grupo Lundgren era então imenso.
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